terça-feira, 1 de dezembro de 2009

CRIOTERAPIA - A utilização do frio em Medicina Desportiva

A utilização do frio em tecidos orgânicos com objectivos terapêuticos denomina-se CRIOTERAPIA. Em medicina desportiva, a crioterapia (gelo) é um importante instrumento de trabalho pela sua capacidade de induzir efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e prevenir/diminuir o edema.

Zonas de aplicação

A utilização do frio sobre regiões pouco profundas, como pulso, mão, pé, dedos deve ter a duração de 5 a 10 minutos. - Quando a aplicação é sobre áreas mais densas como o quadrícipes ou isquiotibiais, a duração pode ir até aos 15/20 min.

Efeitos fisiológicos na área de aplicação:

² Vasoconstrição que limita a passagem da corrente sanguínea

² Diminuição da dor

² Diminuição do espasmo muscular

² Diminuição da excitabilidade muscular

² Diminuição do fluxo linfático

² Diminuição do metabolismo

² Diminuição da velocidade de condução nervosa

² Diminuição da formação /acumulação de edema

A crioterapia alcança os objectivos da fase aguda, criando vasoconstrição para ajudar a controlar a hemorragia, diminuir o edema primário e para interromper o ciclo dor-espasmo.

Fisiologicamente: A dor diminui pelas alterações provocadas ao nível dos impulsos nervosos; Ao diminuir o espasmo e a dor estamos a criar condições para o início precoce do movimento activo (melhorias na amplitude de movimento); O benefício mais importante do movimento activo durante a fase aguda é a redução do edema pelo facto de existir contracção muscular (através da facilitação linfática e venosa associada). Portanto, a CRIOTERAPIA ajuda na recuperação precoce de lesões.

A aplicação de gelo provoca, primariamente, uma diminuição da temperatura dos tecidos superficiais e profundos, redução do metabolismo local e secundariamente inibe a hemorragia e a inflamação, através de uma diminuição da produção de linfa e da velocidade de condução nervosa, o que contribui para uma analgesia.

Indicações

Está indicada em casos de: traumatismos mecânicos (entorses, rupturas musculares, luxações), inflamações, contusões e espasmos musculares (diminui a espasticidade, contracturas e hipertensões musculares), no período pós operatório, assim como em lesões crónicas ou periarticulares (tendinites, bursites, tenosinuvites), controle da hemorragia e edema (inchaço).

EM QUE CASOS NÃO SE PODE APLICAR GELO?

Nos casos em que haja fractura exposta, infecções ou perda de sensibilidade no local e nas cãibras.

Métodos de aplicação

Quanto aos métodos de aplicação, o mais comum é o "saco de gelo" (de fácil execução e baixo custo) devido aos efeitos vasoconstritores e anestésico, para evitar queimaduras deve-se colocar uma toalha. Por vezes recorre-se a "compressas frias/sacos de gel" é um método que promove um arrefecimento superficial e tem uma eficácia de cerca de 5 minutos. A "massagem com gelo", é um método bastante conhecido mas os seus efeitos terapêuticos não são consensuais.

Existe também o "banho de imersão", que consiste num método que provoca uma diminuição da temperatura muito rápida devido ao arrefecimento das extremidades – método de eleição nas queimaduras. A temperatura da água e o tempo de imersão dos segmentos corporais são variáveis. Em alternativa surge o "banho de contraste", que consiste numa alternância entre o calor e o frio, com o objectivo de produzir vasodilatações e vasoconstrições repetidas. Deve-se iniciar com água quente e terminar com água fria por razões metabólicas.

Por ultimo surgem os "aerossóis/spray milagroso", com uma utilização terapêutica sintomática em traumatismos agudos (em terreno de jogo). O tempo de aplicação é breve e a temperatura baixa rapidamente com efeitos fisiológicos transitórios.

È importante ter em conta que a aplicação directa e prolongada do frio pode provocar queimaduras de diferentes graus de gravidade pelo que se exige a tomada das precauções necessárias à sua prevenção. A crioterapia por si só não leva à cura de nenhuma patologia mas constitui um instrumento que auxilia no tratamento de várias afecções. É um recurso de intervenção nos sintomas que quando aplicado adequadamente reduz a sintomatologia dolorosa, diminui o espasmo muscular, as reacções inflamatórias e o edema. A escolha do método de aplicação da crioterapia depende de vários factores: área afectada (localização, extensão), tipo de traumatismo, tipo de resposta orgânica que se pretende obter, objectivos terapêutico.

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