A utilização do frio em tecidos orgânicos com objectivos terapêuticos denomina-se CRIOTERAPIA. Em medicina desportiva, a crioterapia (gelo) é um importante instrumento de trabalho pela sua capacidade de induzir efeitos analgésicos, anti-inflamatórios e prevenir/diminuir o edema.
Zonas de aplicação
A utilização do frio sobre regiões pouco profundas, como pulso, mão, pé, dedos deve ter a duração de
Efeitos fisiológicos na área de aplicação:
² Vasoconstrição que limita a passagem da corrente sanguínea
² Diminuição da dor
² Diminuição do espasmo muscular
² Diminuição da excitabilidade muscular
² Diminuição do fluxo linfático
² Diminuição do metabolismo
² Diminuição da velocidade de condução nervosa
² Diminuição da formação /acumulação de edema
A crioterapia alcança os objectivos da fase aguda, criando vasoconstrição para ajudar a controlar a hemorragia, diminuir o edema primário e para interromper o ciclo dor-espasmo.
Fisiologicamente: A dor diminui pelas alterações provocadas ao nível dos impulsos nervosos; Ao diminuir o espasmo e a dor estamos a criar condições para o início precoce do movimento activo (melhorias na amplitude de movimento); O benefício mais importante do movimento activo durante a fase aguda é a redução do edema pelo facto de existir contracção muscular (através da facilitação linfática e venosa associada). Portanto, a CRIOTERAPIA ajuda na recuperação precoce de lesões.
Indicações
Está indicada em casos de: traumatismos mecânicos (entorses, rupturas musculares, luxações), inflamações, contusões e espasmos musculares (diminui a espasticidade, contracturas e hipertensões musculares), no período pós operatório, assim como em lesões crónicas ou periarticulares (tendinites, bursites, tenosinuvites), controle da hemorragia e edema (inchaço).
Nos casos em que haja fractura exposta, infecções ou perda de sensibilidade no local e nas cãibras.
Métodos de aplicação
Quanto aos métodos de aplicação, o mais comum é o "saco de gelo" (de fácil execução e baixo custo) devido aos efeitos vasoconstritores e anestésico, para evitar queimaduras deve-se colocar uma toalha. Por vezes recorre-se a "compressas frias/sacos de gel" é um método que promove um arrefecimento superficial e tem uma eficácia de cerca de 5 minutos. A "massagem com gelo", é um método bastante conhecido mas os seus efeitos terapêuticos não são consensuais.
Existe também o "banho de imersão", que consiste num método que provoca uma diminuição da temperatura muito rápida devido ao arrefecimento das extremidades – método de eleição nas queimaduras. A temperatura da água e o tempo de imersão dos segmentos corporais são variáveis. Em alternativa surge o "banho de contraste", que consiste numa alternância entre o calor e o frio, com o objectivo de produzir vasodilatações e vasoconstrições repetidas. Deve-se iniciar com água quente e terminar com água fria por razões metabólicas.
Por ultimo surgem os "aerossóis/spray milagroso", com uma utilização terapêutica sintomática em traumatismos agudos (em terreno de jogo). O tempo de aplicação é breve e a temperatura baixa rapidamente com efeitos fisiológicos transitórios.
È importante ter em conta que a aplicação directa e prolongada do frio pode provocar queimaduras de diferentes graus de gravidade pelo que se exige a tomada das precauções necessárias à sua prevenção. A crioterapia por si só não leva à cura de nenhuma patologia mas constitui um instrumento que auxilia no tratamento de várias afecções. É um recurso de intervenção nos sintomas que quando aplicado adequadamente reduz a sintomatologia dolorosa, diminui o espasmo muscular, as reacções inflamatórias e o edema. A escolha do método de aplicação da crioterapia depende de vários factores: área afectada (localização, extensão), tipo de traumatismo, tipo de resposta orgânica que se pretende obter, objectivos terapêutico.
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