LESÕES DESPORTIVAS - A Prevenção
O QUE SÃO
Um dos problemas do desporto moderno que pode explicar parcialmente o aumento das lesões é o aumento da competição. Por isto, seria importante encontrarmos formas metodológicas que permitam o máximo beneficio com o mínimo volume possível, para assim obtermos os benefícios da prevenção das lesões.
Todos os desportistas estão sujeitos a episódios de traumatismos (contusões, entorses, rupturas de ligamentos, luxações, …), independentemente de serem atletas profissionais ou pessoas que praticam desporto apenas como forma de manutenção e laser/recreio. No desporto amador, as lesões ocorrem sobretudo por falta de cuidado, quer a nível de aquecimento, de alimentação ou de escolha inapropriada de vestuário ou calçado. No desporto de alta competição, onde todas estas preocupações estão presentes, as lesões ocorrem principalmente devido ao overtraining.
Mas afinal, o que é uma lesão desportiva? Não existe consenso relativamente à forma de conceituar, estudar e identificar uma lesão desportiva, podendo, no entanto, estas serem classificadas em lesões desportivas agudas (resultam de um acidente, são imprevistas e causadas por um acontecimento súbito) e lesões desportivas crónicas (são lesões cumulativas, isto é, resultam da exposição repetida de determinada estrutura a um factor externo).
O futebol, voleibol e basquetebol, são os desportos que mais levam o praticante às clínicas, tendo em comum a utilização da bola e o carácter colectivo, sendo o tornozelo a região do corpo mais afectada e a entorse uma das lesões esqueléticas mais frequentes, ocorrendo pela falta de estrutura física, muscular e articular do praticante.
QUAIS AS CAUSAS
Actualmente, as lesões causadas pelo desporto são muito frequentes. Os princípios da medicina desportiva aplicam-se ao tratamento de muitas lesões musculoesqueléticas, que podem ser semelhantes, mas devidas a uma causa diferente.
Diferenciam-se na análise da origem das causas das lesões no desporto uma série de factores que estão intimamente relacionados com a génese das lesões. Estes factores podem dividir-se em dois grandes grupos que se analisam a seguir:
Factores extrínsecos
Estes factores são todos aqueles que são alheios ao atleta, susceptíveis de serem reduzidos ainda que parcialmente:
Calçado desportivo
Superfície onde decorre o treino
Equipamento de treino
Processos de treino irracional (aumento da carga, competições, …)
….
Factores intrínsecos
Os factores intrínsecos são os que se relacionam especialmente com o atleta e o seu estado de forma, entre eles destacam-se:
Excesso de peso
Doenças predisponentes
Desnutrição
Desidratação
Deficiências anatómicas (hiper-pronação, pé plano ou cavo, rótula alta ou baixa, diferença no tamanho dos membros inferiores, …)
Desvios musculares
Instabilidade articular
Idade
Estes factores podem controlar-se a partir do processo de treino individualizado com cargas de treino específico.
É de destacar que as lesões não se limitam só aos factores descritos, mas há outros que também influenciam de maneira decisiva. São eles:
1 - métodos de treino incorrectos,
2 - anomalias estruturais que forçam certas partes do corpo mais do que outras e
3 - fraqueza dos músculos, tendões e ligamentos. O desgaste crónico é a causa de muitas destas lesões, que são resultado de movimentos repentinos que afectam tecidos susceptíveis.
FACTORES PREDISPONENTES
As lesões musculares podem ser evitadas através de um bom condicionamento físico, aeróbico, trabalhando a força muscular adequadamente e mantendo um bom alongamento da musculatura esquelética.
No encadeamento - Dores > Contracturas > Estiramentos/Distensões > Ruptura parcial ou total - caracterizando uma lesão muscular, a medicina desportiva aponta vários factores predisponentes:
¨ Baixa resistência física geral
¨ Fadiga muscular por excesso de actividade nos treinos e nos jogos
¨ Falta de aquecimento adequado antes de alguma actividade física
¨ Reacção de defesa numa queda ou agressão física
¨ Mau funcionamento dos músculos agonistas com os antagonistas
¨ Contracção brutal ou excessivamente rápida da musculatura
¨ Inactividade prolongada
¨ Retorno abrupto após longo período de paralisação dos exercícios
¨ Inabilidade ou incoordenação muscular
¨ Drogas, fumo ou bebidas alcoólicas em excesso
¨ Hiper alongamento muscular
¨ Más condições do terreno
¨ Idade
¨ Desnutrição e desidratação ou excesso de peso
¨ Temperatura ambiente desfavorável
¨ E outros factores (calçado desportivo e equipamento de treino)
De referir que os factores predisponentes, porém, não constituem a causa das lesões.
COMO Prevenir as lesões DESPORTIVAS
A prevenção de lesões implica todo um conjunto de medidas e estratégias que inclua não só o desportista mas todo o grupo multidisciplinar, mesmo os responsáveis pela gestão do desporto. As estratégias de prevenção de lesões passam por usar equipamento de protecção (caneleiras), uma boa nutrição, instalações e pisos adequados, … e um planeamento rigoroso e criterioso de treino.
As lesões desportivas podem ser atenuadas ou prevenidas, se para tanto forem respeitadas as regras da prudência, que limitem a competição violenta, originando lesões graves, ou pela utilização de material adequado ou uma preparação física adequada à modalidade praticada.
Sabemos que seis em cada dez pessoas que começam um programa de exercícios abandonam-no nas primeiras 6 semanas devido a uma lesão, que pode evitar-se programando o treino. Um planeamento de treino ou preparação deve basear-se nas seguintes medidas:
AQUECIMENTO
Elevar a temperatura dos músculos (aquecimento) antes de fazer exercício ou praticar um desporto pode ajudar a prevenir as lesões. Os músculos quentes são mais flexíveis e estão menos expostos às roturas que os músculos frios, cuja contracção é “frouxa”. Exercitar-se com passo calmo durante 3 a 10 minutos aquece os músculos o suficiente para os tornar mais flexíveis e resistentes às lesões. Este método activo de aquecimento prepara os músculos para exercícios enérgicos com maior eficácia que os métodos passivos como a água quente, as almofadas de calor, os ultra-sons ou a lâmpada de raios infravermelhos. Os métodos passivos não aumentam a circulação de sangue de modo significativo.
O fluxo de sangue deve aumentar substancialmente para proteger os músculos das lesões durante o exercício.
ALONGAMENTOS
Uma pessoa deve fazer estiramentos apenas depois do aquecimento, quando os músculos estão quentes e é menos provável que se lesionem. O estiramento alonga os músculos e os tendões; os músculos mais compridos podem gerar mais força à volta das articulações, ajudando a saltar mais alto, levantar pesos mais resistentes, correr mais rapidamente e lançar objectos mais longe. Os exercícios de alongamento não parecem prevenir as lesões, mas alongam os músculos de tal forma que se podem contrair mais eficazmente e funcionar melhor.
ARREFECIMENTO
Abrandar o passo gradualmente (arrefecimento) no fim do exercício ajuda a prevenir as tonturas. Quando os músculos da perna se relaxam, quando o exercício é bruscamente interrompido, o sangue acumula-se (estagna) nas veias reduzindo momentaneamente a irrigação cerebral provocando tonturas. Para devolver o sangue ao coração, os músculos da perna devem contrair-se.
O arrefecimento também ajuda a eliminar o ácido láctico, um produto residual que se forma nos músculos depois do exercício e provoca fadiga.
Arrefecimento significa uma redução gradual da velocidade antes de interromper o exercício e evitar a tontura ao manter a circulação sanguínea.
Numa próxima oportunidade abordaremos de forma mais detalhada e exaustiva esta temática do aquecimento, arrefecimento e alongamento desportivo.
Para terminar diria que, na avaliação das lesões desportivas é indispensável a identificação da causa, não só como forma de prevenir, como para obter uma melhoria qualitativa do rendimento desportivo, pois quanto melhor se compreender a causa, melhor se poderão contrariar ou anular os efeitos.
Um dos problemas do desporto moderno que pode explicar parcialmente o aumento das lesões é o aumento da competição. Por isto, seria importante encontrarmos formas metodológicas que permitam o máximo beneficio com o mínimo volume possível, para assim obtermos os benefícios da prevenção das lesões.
Todos os desportistas estão sujeitos a episódios de traumatismos (contusões, entorses, rupturas de ligamentos, luxações, …), independentemente de serem atletas profissionais ou pessoas que praticam desporto apenas como forma de manutenção e laser/recreio. No desporto amador, as lesões ocorrem sobretudo por falta de cuidado, quer a nível de aquecimento, de alimentação ou de escolha inapropriada de vestuário ou calçado. No desporto de alta competição, onde todas estas preocupações estão presentes, as lesões ocorrem principalmente devido ao overtraining.
Mas afinal, o que é uma lesão desportiva? Não existe consenso relativamente à forma de conceituar, estudar e identificar uma lesão desportiva, podendo, no entanto, estas serem classificadas em lesões desportivas agudas (resultam de um acidente, são imprevistas e causadas por um acontecimento súbito) e lesões desportivas crónicas (são lesões cumulativas, isto é, resultam da exposição repetida de determinada estrutura a um factor externo).
O futebol, voleibol e basquetebol, são os desportos que mais levam o praticante às clínicas, tendo em comum a utilização da bola e o carácter colectivo, sendo o tornozelo a região do corpo mais afectada e a entorse uma das lesões esqueléticas mais frequentes, ocorrendo pela falta de estrutura física, muscular e articular do praticante.
QUAIS AS CAUSAS
Actualmente, as lesões causadas pelo desporto são muito frequentes. Os princípios da medicina desportiva aplicam-se ao tratamento de muitas lesões musculoesqueléticas, que podem ser semelhantes, mas devidas a uma causa diferente.
Diferenciam-se na análise da origem das causas das lesões no desporto uma série de factores que estão intimamente relacionados com a génese das lesões. Estes factores podem dividir-se em dois grandes grupos que se analisam a seguir:
Factores extrínsecos
Estes factores são todos aqueles que são alheios ao atleta, susceptíveis de serem reduzidos ainda que parcialmente:
Calçado desportivo
Superfície onde decorre o treino
Equipamento de treino
Processos de treino irracional (aumento da carga, competições, …)
….
Factores intrínsecos
Os factores intrínsecos são os que se relacionam especialmente com o atleta e o seu estado de forma, entre eles destacam-se:
Excesso de peso
Doenças predisponentes
Desnutrição
Desidratação
Deficiências anatómicas (hiper-pronação, pé plano ou cavo, rótula alta ou baixa, diferença no tamanho dos membros inferiores, …)
Desvios musculares
Instabilidade articular
Idade
Estes factores podem controlar-se a partir do processo de treino individualizado com cargas de treino específico.
É de destacar que as lesões não se limitam só aos factores descritos, mas há outros que também influenciam de maneira decisiva. São eles:
1 - métodos de treino incorrectos,
2 - anomalias estruturais que forçam certas partes do corpo mais do que outras e
3 - fraqueza dos músculos, tendões e ligamentos. O desgaste crónico é a causa de muitas destas lesões, que são resultado de movimentos repentinos que afectam tecidos susceptíveis.
FACTORES PREDISPONENTES
As lesões musculares podem ser evitadas através de um bom condicionamento físico, aeróbico, trabalhando a força muscular adequadamente e mantendo um bom alongamento da musculatura esquelética.
No encadeamento - Dores > Contracturas > Estiramentos/Distensões > Ruptura parcial ou total - caracterizando uma lesão muscular, a medicina desportiva aponta vários factores predisponentes:
¨ Baixa resistência física geral
¨ Fadiga muscular por excesso de actividade nos treinos e nos jogos
¨ Falta de aquecimento adequado antes de alguma actividade física
¨ Reacção de defesa numa queda ou agressão física
¨ Mau funcionamento dos músculos agonistas com os antagonistas
¨ Contracção brutal ou excessivamente rápida da musculatura
¨ Inactividade prolongada
¨ Retorno abrupto após longo período de paralisação dos exercícios
¨ Inabilidade ou incoordenação muscular
¨ Drogas, fumo ou bebidas alcoólicas em excesso
¨ Hiper alongamento muscular
¨ Más condições do terreno
¨ Idade
¨ Desnutrição e desidratação ou excesso de peso
¨ Temperatura ambiente desfavorável
¨ E outros factores (calçado desportivo e equipamento de treino)
De referir que os factores predisponentes, porém, não constituem a causa das lesões.
COMO Prevenir as lesões DESPORTIVAS
A prevenção de lesões implica todo um conjunto de medidas e estratégias que inclua não só o desportista mas todo o grupo multidisciplinar, mesmo os responsáveis pela gestão do desporto. As estratégias de prevenção de lesões passam por usar equipamento de protecção (caneleiras), uma boa nutrição, instalações e pisos adequados, … e um planeamento rigoroso e criterioso de treino.
As lesões desportivas podem ser atenuadas ou prevenidas, se para tanto forem respeitadas as regras da prudência, que limitem a competição violenta, originando lesões graves, ou pela utilização de material adequado ou uma preparação física adequada à modalidade praticada.
Sabemos que seis em cada dez pessoas que começam um programa de exercícios abandonam-no nas primeiras 6 semanas devido a uma lesão, que pode evitar-se programando o treino. Um planeamento de treino ou preparação deve basear-se nas seguintes medidas:
AQUECIMENTO
Elevar a temperatura dos músculos (aquecimento) antes de fazer exercício ou praticar um desporto pode ajudar a prevenir as lesões. Os músculos quentes são mais flexíveis e estão menos expostos às roturas que os músculos frios, cuja contracção é “frouxa”. Exercitar-se com passo calmo durante 3 a 10 minutos aquece os músculos o suficiente para os tornar mais flexíveis e resistentes às lesões. Este método activo de aquecimento prepara os músculos para exercícios enérgicos com maior eficácia que os métodos passivos como a água quente, as almofadas de calor, os ultra-sons ou a lâmpada de raios infravermelhos. Os métodos passivos não aumentam a circulação de sangue de modo significativo.
O fluxo de sangue deve aumentar substancialmente para proteger os músculos das lesões durante o exercício.
ALONGAMENTOS
Uma pessoa deve fazer estiramentos apenas depois do aquecimento, quando os músculos estão quentes e é menos provável que se lesionem. O estiramento alonga os músculos e os tendões; os músculos mais compridos podem gerar mais força à volta das articulações, ajudando a saltar mais alto, levantar pesos mais resistentes, correr mais rapidamente e lançar objectos mais longe. Os exercícios de alongamento não parecem prevenir as lesões, mas alongam os músculos de tal forma que se podem contrair mais eficazmente e funcionar melhor.
ARREFECIMENTO
Abrandar o passo gradualmente (arrefecimento) no fim do exercício ajuda a prevenir as tonturas. Quando os músculos da perna se relaxam, quando o exercício é bruscamente interrompido, o sangue acumula-se (estagna) nas veias reduzindo momentaneamente a irrigação cerebral provocando tonturas. Para devolver o sangue ao coração, os músculos da perna devem contrair-se.
O arrefecimento também ajuda a eliminar o ácido láctico, um produto residual que se forma nos músculos depois do exercício e provoca fadiga.
Arrefecimento significa uma redução gradual da velocidade antes de interromper o exercício e evitar a tontura ao manter a circulação sanguínea.
Numa próxima oportunidade abordaremos de forma mais detalhada e exaustiva esta temática do aquecimento, arrefecimento e alongamento desportivo.
Para terminar diria que, na avaliação das lesões desportivas é indispensável a identificação da causa, não só como forma de prevenir, como para obter uma melhoria qualitativa do rendimento desportivo, pois quanto melhor se compreender a causa, melhor se poderão contrariar ou anular os efeitos.